Jornal do Algarve cumpriu 65 anos
Um periódico que nasceu a 30 de março de 1957, depois de terem começados as emissões regulares da RTP, na Feira Popular de Lisboa e o papel noticioso, de debate e participação escrita na vida, economia, desenvolvimento e cultura da região é motivo de orgulho para os atuais proprietários, herdeiros de Fernando Reis e «mudou o Algarve, assim como a Televisão mudou o País», assinala a edição distribuída hoje.
A 30 de março de 1957, fruto do entusiasmo do jornalista José Barão (1904-1966), então articulista do diário lisboeta «O Século» e da participação um grupo de comerciantes de Vila Real de Santo António, viu a luz do dia o número de estreia do que se viria a assumir como o mais emblemático e influente jornal da região.
O Jornal do Algarve é herdeiro de uma tradição de Imprensa com raízes em Vila Real de Santo António, de que o expoente máximo foi o periódico “Notícias do Algarve”, o JORNAL do ALGARVE procurou o seu caminho entre várias “bandeiras” e reivindicações de uma região até então atrasada, desprezada e longe dos símbolos de modernidade de que haveria um dia de ser apanágio.
Como primeiro imperativo, o jornal dedicou-se à “Operação Algarve Turismo”, logo em 1960, altura em que a região ainda não tinha uma unidade turística decente. Inspirada no I Congresso Nacional de Turismo, liderada por António Quadros, do Serviço Nacional de Informações, a “Operação Algarve Turismo” viria posteriormente a resultar nas primeiras unidades turísticas classificadas, a pioneira das quais o Hotel Vasco da Gama, inaugurado em 1 de agosto de 1960, investimento da família Sousa Uva apadrinhado por José Barão e pelo JORNAL do ALGARVE.
Para os primeiros anos de jornal, o fundador contava com jornalistas e cronistas de primeira água, como Torcato da Luz, Encarnação Viegas, Maria de Olhão e Mário Zambujal.
Após a morte de José Barão, em 30 de agosto de 1966, a direção do jornal foi assumida pelo filho, José Barão, com o apoio do chefe de redação José Manuel Pereira e de articulistas como Marcelino Viegas, João Leal e José Cruz (que também foi chefe de redação, de 1979 a 1983), entre outros.
A partir de 1983, após alguns anos de indefinição, o semanário é adquirido e a direção do jornal é assumida por José Manuel Pereira. Mais tarde, já sob o comando de Fernando Reis, a redação é renovada, expandindo o jornal e mantendo as principais “bandeiras” para o desenvolvimento do Algarve.
«Foram quatro décadas de profundo desenvolvimento e expansão do jornal, até ao falecimento do diretor, no passado dia 4 de dezembro de 2021. Desde então, o histórico diretor Fernando Reis – agora “Diretor In Memorian” – foi substituído pela sua esposa, Maria Luísa Travassos na direção do jornal», assinala o editorial da semana.