Fernando Pessanha e o corsário de 1336
Ao cair a noite do dia 21 de outubro, pouco passava das 19:00, um público que lotou por completo o Velho Cavalinho Taberna Medieval, em Castro Marim assistiu ao lançamento do último trabalho do historiador vila-realense Fernando Pessanha.
A apresentação “A expedição do corsário D. Gonçalo Camelo contra as costas de Huelva, em 1336», tratou este episódio da nossa História Militar Naval.
Perante uma casa cheia e manifestamente atenta, o historiador algarvio, recentemente doutorado pela Universidade de Huelva, dissertou sobre uma expedição militar naval silenciada pelas crónicas castelhanas e nunca antes sujeita a cuidada apreciação crítica pela historiografia portuguesa.
Segundo o historiador, também investigador da Academia de Marinha, esta expedição militar naval foi sendo, ao longo dos tempos, referida de forma ambígua e mesmo contraditória pelos historiadores nacionais, «pelo que se tornava pertinente analizar criticamente este episódio bélico ocorrido durante o reinado de D. Afonso IV, nomeadamente, durante a guerra luso-castelhana de 1336-1339».
Foi nesse contexto que Pessanha clarificou a identidade de D. Gonçalo Camelo, para posteriormente se concentrar na análise dos recursos materiais e humanos disponibilizados para esta expedição, da qual resultaram assaltos contra Lepe e Gibraleón.
No final, o historiador explicou ainda que os ataques castelhanos ao castelo de Castro Marim, entre 1337 e 1338, onde então se encontrava aquartelada a Ordem de Cristo, que constituíram uma clara represália movida pela expedição naval de D. Gonçalo Camelo e de outras acções militares ocorridas durante este conflito luso-castelhano.
Foto: João Conceição.